terça-feira, 16 de setembro de 2014

Vampira


Fotografia de Cartier Bresson

Para o poeta JIVM

VAMPIRA

Estarei sempre ali
com a língua que roubei dos centauros
absorvendo seu líquido impuro
e não importa o quanto você desloque minhas entranhas
 com seus dedos molhados
 em direção a terra das musas
Porque lá eu também te engulo
contenho meu grito, me faço  puta, menstruo
 lavo seu sexo, seu escroto, beijo sua fronte
 te monto frígida fingindo núpcias
esfolo teus vermelhos quadris
te mato de novo, morro, me recomponho
te bebo lenta enquanto exploras meu cú
 e extermino os Narcisos
 que espalhaste sem piedade
 pelas cidades e pelos jardins.


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