sexta-feira, 29 de maio de 2015

Genesis - Sebastião Salgado.


DELICADEZA

O rastro de seu corpo já foi vida
e eu inventava desejos
 apagava vestígios
costurava feridas.

E saíamos com receio das cavernas 
para perambularmos
em ruas destecidas
por Penélopes míticas.

O rastro de seu corpo agora é verbo
e eu retorço na memória
sangue, urina e dejetos
e estrangulo noturna
nosso corpo ao cubo
copulado até a medula dos nossos versos.

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