Dentro
Há uma produção
noturna de orvalhos
inspirada
pela impossibilidade da palavra
pela impossibilidade da palavra
que se encontra costurada
na garganta de um cavaleiro marfim.
E essa imagem me cavalga
sobe rápida em minhas roxas coxas
aniquila minhas
vértebras
me suja
e me sinto nua
feito um feto
protegido
dentro da barriga do juízo final
e me torno muda
como uma criança encontrada viva
em uma fotografia de Auschwitz.
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