quarta-feira, 29 de junho de 2016

BICHO DE PÉ
A memória  cicatriza com uma garfada.
De barriga cheia a língua lambe as facas
que  foram  poupadas da raiva da turba
da preguiça dos bêbados
e da impossibilidade dos animais.
A vergonha se esconde em vulvas ensanguentadas
em fósseis de mulheres encontradas na África
nos restos de comida desperdiçada
na violência dos pequenos rancores.
Não é preciso dizer tudo.
O tempo que escorre lento
é maior que o da palavra inventada.


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